quarta-feira, 13 de novembro de 2024

MEU CÉU, MINHA CIDADE, MEU BAIRRO, MEU SUSPIRO POR JANIA SOUZA


Meu céu, minha cidade, meu bairro, meu suspiro

Por Jania Souza 

Correndo atrás dos pássaros 
Mecânicos, fortalezas que voam
Velozes como o relâmpago
No Cruzeiro do Sul Exercise
CRUZEX 2024
Aviões de 16 países
Em exercício compartilhado na
Base Aérea de Natal
Deparei-me
Com o meu inusitado cotidiano 
Na sinergia da intimidade 
Do meu espaço com meu eu.
Os pombos despreocupados
Empoleirados nos fios
Contemplam comigo a brisa
Às 15h30
E refrescam-se do sol do meio-dia. 
Lá na varanda com suas vigas de madeira
Há uma mamãe resiliente 
Que não cansa de fazer seu ninho
Embora seja derrubado com frequência 
Agora, tranquila rolinha-picui ou burguesa 
Não sei com certeza...
Choca seus ovos com amor e carinho 
A lua em quarto crescente
Reina também à luz do dia
Enquanto ipês rosas e roxos
Apoderam-se do Morro do Careca
E as ruas, avenidas, travessas
Vibram com a audácia do vento
Desfolhando
Folhas e pétalas 
Das cabreiras
Pau d'arco
Ipês amarelos
Inundando Natal
Com o dourado do cucuz
As antenas de celular
Integram-se a paisagem bucólica 
E fazem um contraste perfeito
Com o azul do firmamento
O pavilhão do Brasil 
Tremula firme no cruzamento
Da Salgado Filho com à Antônio Basílio 
Enquanto continuo a ouvir distante
O ronco potente dos motores
Que não se deixam fotografar 
Escondem-se no horizonte
Da imensidão Oceano Atlântico
Aqui continuo plantada
Entre meu céu 
Minha cidade
E a poesia de cá

















 Jania Souza 
Poeta, escritora, artista plástica 
Autora de Pioneiras e outros títulos 
Sócia-fundadora SPVARN e participante em outras entidades literárias e culturais no RN, Brasil e mundo

terça-feira, 12 de novembro de 2024

VOLONTÉ. O ANDARILHO DA AMIZADE E DO BEM PELO ESCRITOR GUTENBERG COSTA


Volonté, um intelectual nato
Foto enviada pelo WhatsApp 


Volonté. O Andarilho da amizade e do bem. O conheci nos anos 80. Sempre o encontrando nas redações dos velhos jornais, A República,  Diário, Dois Pontos e ainda da viva Tribuna do Norte. O encontava nos eventos culturais e nos bares. Sempre me dando dicas de livros, às vezes até me presenteando com alguns: taí é seu, sua cara! Nunca faltou a um lançamento de um livro meu. Chegava com sua peculiar simplicidade  franciscana. Conversava e ria, nas rodas literárias. Nunca colecionou inimizades e riquezas materiais. Nesses oito anos que vim morar em Nísia Floresta, todas as vezes, em que fui a Natal o encontrei sem marcar encontros. Ia aos sebos e lá ele já estava de plantão para me recepcionar. Quando ia almoçar no Beco da Lama, lá estava ele, passeando, prosando, feito um assíduo fiscal dos pontos ainda existentes na nossa Natal. Já sem o Café São Luiz e o Nazi da Meladinha, entre centenas de espaços do passado, em que sua figura testemunhou poeticamente e deu o seu fraterno ar da graça, como os abençoando. Não tinha jeito, aonde quer que eu fosse, ele, feito anjo andarilho, chegava. Vou aqui relembrar dois recentes efusivos encontros: no sebo Urubu, do grande amigo Eduardo, depois das boas conversas, pegou uma carona com Nilo Emerenciano e eu. Fomos no automóvel de Nilo até o mercado de Petrópolis, encontrar os sebistas e amigos, Lisboa, Vera e Oreny. Sua peregrinação não tinha hora para começar e muito menos, para terminar. E mais recentemente, conversamos bastante na feira de sebos na UFRN. O achei um pouco cansado, mas era coisa da idade já setentona mesmo. Nunca reclamou da vida e só falava de bem das amizades. Deus e o mundo o conheceu em Natal. Das Rocas, aonde morava seus familiares paternos às  Quintas, no tempo que depois da Ponte velha, eram outros quinhentos. Vá em paz, meu amigo andarilho, você veio aqui para andar e fazer amizades boas. Vá em paz, poeta Volonté! Gutenberg Costa. Morada São Saruê, Nísia Floresta/RN. 12/11/2024.

POETA VOLONTÉ DEIXA AQUI A IMORTALIDADE DE SEUS VERSOS

               Foto de Eduardo Alexandre (Dunga)




Boa viagem, poeta Volonté 

Por Jania Souza 

Poeta Volonté encantou-se do plano terrestre, todavia deixou o legado da sua poesia imortal.

Surpresa, recebi a notícia da sua passagem no grupo do WhatsApp da UBERN no dia 11 de novembro, veiculada pelo poeta Lívio de Oliveira. No blog da cronista Hilneth Correa foi postado o comunicado, onde se encontrava a causa de sua partida: traumatismo craniano após uma queda.

Encontrei o nobre poeta no Festival Literário de Natal em 2024 na Praça Pedro Velho em Tirol. Conversamos no Stand da Flibeco em que expunha meus livros com a SPVARN. Não sabia que era a última vez.

O tímido e gentil poeta sempre me tratou com grande deferência. No que era retribuído com carinho e admiração. Mais uma voz silenciada pela urgência do tempo em nosso meio. Boa viagem.

Quem era o poeta Volonté 

Por José Ivam Pinheiro

*Manoel Fernandes de Souza Júnior (Volontê)*


Muito triste e impactado com a partida de encantamento do meu amigo poeta - Manoel Fernandes de Souza Júnior, o dileto poeta Volontê de Natal. Sempre que o encontrava, em algum evento literário ou  musical, ou no Beco da Lama, o amigo Volontê vinha com novidades e conversas culturais de alto nível cultural, o que era bastante agradável e salutar bater um papo e aprender com a sapiência intelectual da fonte de conhecimento do poeta simples e descolado que era. Uma vez, a muitos anos atrás, conversando sobre cinema em Natal, e depois, sobre Cineclube, o amigo poeta me presenteou com uma cópia de uma gravação do filme "A tortura do silêncio” (“I Confess”, 1954), de Alfred Hitchcock, cuja história do "mestre do suspense", trata da história do padre católico - Michael Logan, que ouve a confissão de um servente da igreja em Quebec, que lhe diz ter cometido um assassinato. E como sugestão de Volontê, assisti esse filme, que realmente é muito bom.
Verdadeiramente sentido diante do encantamento do amigo Poeta Volontê, expresso os meus sentimentos de pesar, e rogo a Deus que ampare no abrigo do átrio celestial com bênçãos, graças e a bem aventurança da luz divina do Espírito Santo, essa grande figura humana do bem, amigo dos livros e artes que partiu, antes do combinado, para a infinitude da morada celeste, lá junto do nosso Pai Eterno.
Rogamos a Santíssima Trindade, o conforto espiritual para amenizar e servir de lenitivo a dor e saudades eternas diante da partida de Volontê. Que o seu legado, nos exemplos de amizade, poesia e amor ao próximo e às artes, e o fazer o bem, sejam lembranças eternas, e que o amigo poeta descanse em paz na luz perpétua de Deus.

VOLONTÉ

Voluntas de vê-lo passeando pelos novelos,
Voltando ou indo nos sebos invisíveis. 
Voleios, volteios, voltagens em versos cheios,
vou ter de inventar um meio para sempre tê-lo:
em imagens, voos altos, cadernos, veleiros. 

Vá na Luz, meu amigo.

Natal, 11 de novembro de 2024

Alexandre Abrantes
    _Soli Deo Gloria_


VOLONTÉ mesmo.

Apelido inspirado no artista italiano Gian Maria Volonté, que trabalhou em vários filmes de Sergio Leone.
[12/11/2024].

Soube há pouco do encantamento do poeta Volonté (Manoel Fernendes de Souza). Antes se fora Diulinda... e mais outros e outros. Tenho perdido inúmeros amigos, ao longo da vida. Novas e velhas amizades. Algumas delas, tão antigas, que já me pareciam fora do tempo e nelas podia enxergar a eternidade. Tudo faz parecer um sonho... E neste mistério, em que não deixo de pensar e no qual me debruço todos os dias, estão os legendários versos de Calderón, e seu acorde definitivo: “la vida es sueño y los sueños sueños son”. E cada amigo que se encanta, sinto-o mais vivo e daí mais acesa a sua saudade.
Com a idade, que avança a cada volta em torno do sol, a soma dessas perdas aumenta. Quando bem jovem, ainda estudante universitário no Recife, lembro que destaquei, numa reunião com amigos, o seguinte paradoxo: ou, aproveitando pouco a vida, morremos cedo -  e não vemos a partida de muitos que amamos -, ou tarde, já idosos, e aí, acelerada a solidão sem mais a presença de quase todos entes queridos cuja perda somos condenados a sofrer.
A leitura de “Monólogos on-line”, de meu amigo e ex-professor de Introdução à Ciência do Direito Ivan Maciel de Andrade, traz a oportuna lembrança do ilustre pensador Alceu de Amoroso Lima, que assim se expressa: “Ninguém morre de uma vez só. Vamos morrendo pouco a pouco na pessoa daqueles que vão partindo antes de nós e cada um dos quais leva consigo um pouco de nós mesmos”.
Escrevendo esta nota, lembrei-me de um poema que fiz há algum tempo, A PORTA MAIOR, que, num único ato , retrata esse “sentimento trágico da vida”, na expressão de Unamuno. Afinal, carregamos em nossos corações muitos mortos queridos:


NA PORTA MAIOR 


No portal da transposição ou porta maior
por onde migram as almas
em busca dos Elísios
perguntam a José:

Quantos mortos carregais?

Nenhum
pois não me foi dado o tempo
do convívio humano.
Venho do Limbo
e nada tenho a confessar.

Perguntam a Pedro:

Quantos mortos carregais?

Muitos
pois muitos anos vivi:
dezenas de parentes e amigos
que se foram antes de mim
e mesmo alguns inimigos que perdi
perdendo a voz de sua volta
no íntimo desejada.

Mas ainda jovem
da sibila ouvi
que assim seria: 
primeiro eu
ou eles
e escolha não haveria.

Ver ou não ver:
eis a questão ou
funesta profecia  -
quem vivesse ficaria
para ver partirem os demais.

A esses sobrevivi
e agora comigo os trago.

Perguntam a Antônio:

Quantos mortos carregais?

Na verdade
ainda não morri
e nem mesmo sei
o que faço aqui.

O desânimo talvez
ou a apatia
construiu o vazio
deste outro mundo
em que me encontro.

Podem chamar
se quiserem
de tédio ou depressão
o que ainda presos
mantém meus passos
no antigo chão. 

Perguntam enfim à morte:

Quantos mortos carregais?

Todos
porque todos são
como se fossem
filhos meus.

-  E isto porque convém à morte
estar nos vivos e nos mortos
e com todos compartir                           
suas responsabilidades.                          



Por Horácio Paiva


O amigo Volontê


O velório de Volontê será no Centro de Velório na Avenida 8, próximo ao Colégio João  Tiburcio.
O velório acontecerá  até meio dia quando o corpo será transportado para a cidade de Extremoz, onde será sepultado.

Há pessoas de quem nos tornamos amigos, de uma maneira espontânea e simples.
  
O amigo Volontê frequentava a Manimbu, e sempre me procurava para alguma conversa. Andávamos pela livraria. Folheava livros, enquanto encetava algum novo diálogo. Não conheço a sua família, sua história de vida, mas sinto que faço parte do mundo em que ele viveu. Um mundo feito de arte, poesia e livros. 

Siga em paz, amigo.

Por Aluísio Azevedo Junior


Sentimento 


Senti bastante a partida de Volontê. Deus receba a sua alma em Sua Mansão Celestial.🙏🏻 

Dr. Carlos Gomes de Miranda 


*Morre o poeta Volonté, que fez da leitura uma morada*

Link:


Sabedoria de um intelectual poeta

Volonté
na Terra
não arrebanhou fortuna
semeou a abundância da amizade


Jania Souza


domingo, 10 de novembro de 2024

NATALIZE-SE!!! A PARTIR DA ESCOLA DEGRAUS - UMA NOITE MAIS QUE ESPECIAL


A Maratona Literária e Artística da Escola Degraus ocorrida durante o mês de outubro 2024 teve seu encerramento glamouroso e revelador de futuros talentos potiguares em ascensão ao cenário artístico brasileiro. 

Os alunos leram as obras Trovaborratela de Natal, homenagem ao poeta/pintor Pedro Grilo com telas da sua autoria sobre Natal antigo organizado pela poeta Adélia Costa, Presidente SPVARN; o livro Lugares de Memória do escritor Rotand Medeiros que faz uma abordagem sobre a cidade na época da 2a. Grande Guerra com ênfase à passagem dos americanos pela base aérea Trampolim da Vitória; o livro A Imagem da Poesia/A Poesia da Imagem do escritor, poeta e multimídia Ricardo Morais e o livro de contos e crônicas Em horas vagas da autoria da poeta Jania Souza com memórias e ficções ambientadas na cidade.

O resultado foi o belíssimo espetáculo musical NATALIZE-SE dirigido pelos professores de Artes da instituição de ensino capitaneados pela competente Juliana, a quem redemos nossa homenagem.

A peça conteve nas apresentações falas bem interpretadas por todos os artistas-estudantes, danças, canto, demonstrando segurança nos partícipes, adquirida no curto espaço de 1 mês. Ficou comprovado que a memória e desenvoltura do elenco encontra-se em alta e muito bem coordenada pela direção, sinalizando excelentes perspectivas para o futuro profissional desses estudantes preparando-se para o mercado de trabalho.

Natalize-se evoca a identidade e o orgulho à terra de origem. Despertando o sentimento de pertencimento e valorização dos costumes, da história, da gastronomia, das tradições e das artes.

O roteiro divide-se em quatro cenas com ênfase à conquista europeia e a disputa para posse e domínio de Pindorama - Cena 1; Lembranças da Infância no Alecrim traz o panorama da natureza, da gente, do cheiro e sabores cultivados por esses lados com suas afetividades e saudades com as peculiaridades da Feira do Alecrim - Cena 2; a chegada dos soldados americanos e o choque das culturas e assimilação de alguns costumes pelo nativo - Cena 3; finalizando com a avaliação das vantagens e desvantagens na Assembleia da ONU potiguar abrindo-se um espaço ao exercício da política - Cena 4.

A mensagem de Nataliz-se restringe-se ao amor à terra e ao povo único caminho à felicidade coletiva.

Senti-me gratificada pelo belo espetáculo em que minha obra também recebeu destaque e com os estudantes querendo nossos autógrafos e posar ao nosso lado. Muito obrigada, ao corpo docente e docente da Escola Degraus por acolher com tanto carinho nossas obras, nossas pessoas, valorizando e promovendo incentivo ao autor potiguar.

Na escola encontra-se o autor e o leitor e todas as possibilidades que o LIVRO concede.

Nossas felicitações!!!


Daniela faz a abertura do evento



Registros da Cena 1




Cena 2

Alunos no Fundamental 2 da Escola Degraus em 2024 encenam sob a direção da professora de Artes Juliana o texto "Lembranças da Infância no Alecrim" da autora Jania Souza de seu livro "Em horas vagas" - reconhecido como Melhor Livro de 2018 pela ZL BOOKS e, em 2019, através do Prêmio Talentos Helvético-Brasil na Suíça. Um musical que contou com a música Feira de Mangaio da autoriaa de Sivuca, Dominguinhos e Osvaldinho do Acordeon. Os alunos participaram da Maratona Literária e Artística onde leram livros de autores potiguares:  Adélia Costa, Ricardo Morais, Rostan Medeiros e Jania Souza para montar o roteiro do musical NATALIZE-SE. Aplausos à iniciativa da Escola Degraus, aos participantes e demais equipes. 



Natalize-se 





Encerramento 










Autógrafos 


Escritor Ricardo Morais 

Diretora da Escola Degraus Ladeada pelos poetas escritores Ricardo Morais, Jania Souza e Adélia Costa - Presidente SPVARN 


Leitores e leitoras aguardam autógrafos 

Jania Souza recebe o carinho de suas leitoras e leitores 







Equipe da Escola Degraus que tornou possível a realização de Natalize-se 

Professora que me levou aos estudantes da Escola Degraus 

Gratidão!!! 

Longa vida formando cidadãos leitores à Escola Degraus!

Sucesso! Crianças, adolescentes, jovens e adultos acreditem em seus sonhos, pois vocês não estão sós.